História dos Balões — Balões Científicos/Estratosféricos

Zenith Aerospace
3 min readMay 20, 2021

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O uso de balões para explorar a estratosfera e utilizá-la como “plataforma” de comunicação, monitoramento e experiências científicas de forma mais recorrente remete ao começo do século XX. A Imperial Chemical Industries desenvolveu na década de 30 o polietileno de baixa densidade, material fino, leve, resistente e com boas propriedades elásticas. Em consonância a isso, na década seguinte a Marinha Americana também avançou com o aprimoramento de materiais e equipamentos que otimizaram a autonomia dos balões e permitiram que a comunicação a longa distância fosse melhor consolidada. Assim, temos que tecnologias foram desenvolvidas em prol do melhor uso e expansão dos balões.

Desse modo, na década de 50, com o pioneirismo da Nasa, foram realizados diversos experimentos com os balões estratosféricos, levando cargas de mais de uma tonelada, sem limitação de forma e volume. Assim, com a difusão do uso dos balões estratosféricos, as agências espaciais e instituições de vários países passaram a investir nesta tecnologia visto que seu potencial de aplicação se mostrava cada vez maior, tanto que a Nasa, na década de 80, deu início ao seu programa de balonagem científica e atualmente é um dos órgãos mais atuantes nesse ramo.

Desta maneira, com o constante avanço da engenharia e a diminuição de custos, dimensões e processos, aliado com o desenvolvimento de modelos matemáticos e físicos que buscavam descrever a trajetória de voô, o uso de balões estratosféricos se tornou mais viável e acessível, abrindo as portas para que as universidades também colaborassem e servissem como via de pesquisa e desenvolvimento para esta área.

Missão Garatéa 2 na Extratosfera

Atualmente, os balões estratosféricos estão sendo aplicados para diversos fins, podendo atingir altitudes até 40km, sendo uma ótima alternativa para um sistema de comunicação eficiente e bem mais barata quando comparado aos satélites, além da possibilidade de recuperação de sua carga útil após sua descida para eventuais reparos e atualizações.

Também é importante destacar que o monitoramento e sensoriamento, abordados no texto anterior da série, são áreas em expansão e merecem destaque: como os balões dependem em grande parte das correntes de ar para seu deslocamento, a Agência Espacial Francesa (CNES), lançou seis balões de superpressão, dado que um deles conseguiu realizar a volta ao mundo, e a partir disso, com os dados coletados durante a missão, foi possível obter resultados significativos para o estudo e análise de correntes de ar e da atmosfera. Portanto, o uso dos balões é uma ótima alternativa para um estudo meteorológico mais preciso, obtendo os dados também em tempo real.

Balão de superpressão

Em outra perspectiva, na área de experimentação científica, vale destacar que os balões estratosféricos, dentro do grupo Zenith, oferecem uma plataforma para as experiências realizadas no Núcleo de Astrobiologia e no Projeto Kurumim (projeto educacional voltado ao incentivo de experimentos científicos e expansão da cultura espacial nas escolas). Atingindo altitudes em torno de 30km, os balões proporcionam um ambiente inóspito, com baixíssimas temperaturas e baixa pressão que permitem uma análise mais próxima da realidade encontrada no espaço e, assim, um resultado mais satisfatório para os experimentos.

Experimentos da Garátea E (projeto Kurumim)

O grupo Zenith Aerospace utiliza os balões estratosféricos em seus lançamentos e missões, também desenvolvendo projetos que agregam na área e que permitam a exploração cada vez mais diversificada e ampla dos limites da estratosfera terrestre.

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Zenith Aerospace

Grupo extra-curricular da EESC — USP voltado para o estudo e desenvolvimento de sistemas com aplicação na indústria aeroespacial